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Culturais/Recreativas

Enterro do Bacalhau

Da inteira responsabilidade do Clube Recreativo e Desportivo do Soutocico, a organização e promoção do ENTERRO DO BACALHAU envolve toda a população da aldeia.

Os preparativos são muitos e exigentes. Mas, a vontade de levar mais longe o nome de toda uma população é o bastante para que todo um lugar se una e ponha mãos à obra; cada um com uma missão específica e todos com um o mesmo objectivo.

Assim se consegue todos os quatro anos trazer à rua um imponente espetáculo teatral, absolutamente amador.

Erguido por gente da terra, o ENTERRO DO BACALHAU é uma experiência única e inesquecível para quem nele participa. O evento é surpreendente. Espectadores, figurantes e staff são unanimes: por mais vezes que participem, há sempre novidades que justificam o regresso. Ao longo do percurso, pormenores como «teletexto», sistema sonoro ou discretas indicações do staff ajudam a enriquecer a participação de todos quantos vêm chorar a morte do fiel amigo.

O cortejo fúnebre ENTERRO DO BACALHAU, tradição de riquíssimo valor cultural que se perde nos anais do tempo, é representado pelas gentes do lugar do Soutocico, numa manifestação teatral com cerca de trezentos

figurantes. Esta peça popular de cariz marcadamente pagão, percorre as ruas da aldeia na noite de Sábado de Pascoela e termina numa monumental ceia de bacalhau para todos os presentes.
Representado em 1938 pela 1°. vez no lugar do Soutocico, constituiu tal êxito, na altura, que passou a ser o ex-libris histórico-cultural das pessoas da povoação, ainda que tenha sido proibido pelo regime de Salazar, a pedido das Instâncias Religiosas.
Mas aconteceu Abril.
As saudades do ENTERRO DO BACALHAU eram tantas que o Clube Recreativo e Desportivo do Soutocico decidiu reeditar o evento, fazendo para tal uma pesquisa apuradíssima. Reunidas as condições necessárias para a representação, e muito embora as autoridades religiosas voltassem a manifestar-se contra, certo é que voltou às ruas em 1976, pela primeira vez na chamada era da liberdade, após 38 anos de esquecimento.
E seguiu-se em 1977, 1980, 1983, 1992, 1996, 2000, 2004, 2008 e 2012.
Curiosamente, era nas gentes mais simples e convictamente ligadas á igreja, que mais se fazia sentir o entusiasmo transbordante pela representação da peça.

Erguido por gente da terra, o ENTERRO DO BACALHAU é uma experiência única e inesquecível para quem nele participa.
O evento é surpreendente. Espectadores, figurantes e staff são unanimes: por mais vezes que participem, há sempre novidades que justificam o regresso. E só mesmo com a generosidade de duas dezenas de voluntários da aldeia e de altos patrocinadores nacionais permite transformar o Pavilhão do CRDS num «restaurante» tradicional onde o bacalhau é rei.
Bacalhau Assado, Pastéis de Bacalhau e Pataniscas de Bacalhau são alguns dos pratos servidos com batata e grão, migas ou sarrabulho. Tudo regado com tinto da região.

Ao longo do percurso, pormenores como «teletexto», sistema sonoro ou discretas indicações do staff ajudam a enriquecer a participação de todos quantos vêm chorar a morte do fiel amigo.
Os três principais sermões: "Vida e Morte do Bacalhau", "Testamento do Bacalhau" e as "Exéquias do Bacalhau", formam com as quadras cantadas ao som da marcha fúnebre de Chopin, até à cova ao som dos cânticos e choro das carpideiras, um espectáculo digno de ser visto. Para além dos três sermões apontados, é tradição do Soutocico, a queima do Judas (
rebentamento do Judas que está pendurado

numa braça de figueira até à sua morte), no mesmo dia e após o enterro. Logo que o bacalhau desce á cova, segue-se um sermão ao Judas que começa «... São Cipriano por Belzebú te invoco, pote das almas, toucinho cru, bruxas do inferno, luzecus do além, penas de corvo, sangue de frango, louvo

o tranglomano, para sempre louvado, pater, filho e espírito sentado...»

À encenação teatral segue-se um convívio acompanhado de boa musica, bar e restaurante pela noite dentro.

A definição só pode ser uma:

Esplendoroso! Ultrapassa tudo quanto há de imaginável em teatro popular de rua.

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